No dia 25 de março de 2021, a sede da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborûn foi atacada e depredada, na cidade de Jacareacanga, no Pará. Foi uma ação violenta e bárbara contra o movimento de mulheres que via Associação de Mulheres Munduruku luta desde 2018 pela retirada dos garimpeiros do território do povo Munduruku. Uma luta que foi denunciada nacional e internacionalmente pois muitas lideranças vêm sendo objeto sistemático de ameaças à vida e à integridade física.
A Amazônia tem a sua história e vivência marcada pelo genocídio e etnocídio. A pandemia que atualmente assola o mundo é mais um fator que ameaça os povos originários e tradicionais que formaram uma resistência que existe e persiste. Diversas são as táticas de resistência dos povos da Amazônia para garantir a continuidade de sua existência e reprodução sociocultural e da saúde. Uma resistência que luta contra os avanços dos grandes projetos colonizadores, provocadores de conflitos de terra, genocídio, etnocídio e o ecocídio.
Na Amazônia centenas de etnias indígenas com seus históricos singulares, continuam a existir e resistir em seus territórios/terras e a desenvolver suas práticas culturais e estratégias de sobrevivência, principalmente os que se encontram ameaçados pelos mais diversos vetores sociais, ambientais, econômicos, climáticos, políticos e industriais.
A maior parte do território paraense está sob o controle do agronegócio, das mineradoras e dos consórcios, da soja, dos grandes projetos em sua maioria filiais de empresas transnacionais. Além da fragilidade das leis ambientais o não monitoramento da aplicabilidade da legislação e a inoperância do Estado na fiscalização garante a esses setores, a certeza da impunidade.
Assim os conflitos vêm atingindo os povos originários e aos seus direitos constitucionais, bem como ao usufruto exclusivo no seu território tradicional e devidamente regularizado como é o caso da terra Munduruku.
O Ministério Público Federal -MPF em 2020 ajuizou ação contra o governo federal, pois este não procedeu a ações para proteger o território e seu povo sujeito a contínuas e cada vez mais audazes invasões e ameaças às lideranças protegidos pela postura do próprio governo federal incluindo aí o ministro do Meio ambiente Ricardo Salles que se posicionou explicitamente ao lado das empresas e garimpeiros aumentando ainda mais os conflitos no território Munduruku e com certeza contribuiu para esse ato bárbaro e criminoso contra a Associação das Mulheres Munduruku.
O MPF já tinha alertado esse mês de março do aumento dos conflitos na região com a presença de pessoas armadas na terra Indigena - TI Munduruku , com sobrevoo de helicóptero e o contínuo descaso das autoridades de garantir a segurança e o desrespeito aos direitos dos indígenas ao não coibir a invasão dos garimpeiros no território Munduruku.. Dias depois, o órgão abriu apuração de improbidade administrativa pelo descaso e omissão de autoridades contra a invasão garimpeira na TI Munduruku.
Nós movimento de mulheres e entidades nesse mês que estamos discutindo sobre os direitos das mulheres , nossas vidas e territórios vimos repudiar esse bárbaro ato contra o povo e a Associação de Mulheres Munduruku. Esse ataque tem relação direta com os interesses do capital transnacional nos recursos naturais e minerais da Amazônia. Empresas e setores transnacionais que vem incentivando e realizando ações de truculência semelhante a estas com o povo Munduruku com outros povos indígenas do Pará e da Cuenca Amazônica.
Manifestamos nosso apoio e solidariedade com as Mulheres Munduruku em luta e resistência pela sua vida e de seu território e exigimos providências para proteção da vida , segurança e integridade física e dos direitos constitucionais do povo.
Nós repudiamos esse ato criminoso e responsabilizamos o Estado pelas situações que vem ocorrendo e que redundou neste ato bárbaro.
Exigimos providências que cabem ao governo federal em articulação com o governo do estado, a urgente retirada dos invasores e a proteção do território, para evitar o agravamento ainda maior do conflito e garantir a vida e segurança das indígenas mulheres e do povo indígena Munduruku.
25 de março de 2021
União das Mulheres indígenas da Amazônia Brasileira - UMIAB
Frente Feminista do Pará
Forum de Mulheres da Amazônia Paraense - FMAP
Articulação de Mulheres Brasileiras- AMB
Projeto Saúde, Cidadania e Direitos Humanos - IQ
Associação de Grupo de Mulheres do Território Quilombola de Jambuaçu-Moju/PA- TUCANDEIRAS
Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense- MMNEPA
Movimento e Articulação de Mulheres do Pará -MAMEP
Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará - MMCC/PA
Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará- GEMPAC
Movimento de Mulheres Feministas Marias
Resistência Feminista
Marcha Mundial de Mulheres - MMM
Coletivo de mulheres de Ananindeua em Movimento -CMAM
Coletivo Feminista Marielle Vive
Mulheres Resistência e Luta
Grupo de Mulheres Brasileiras- GMB
Resistência/PSOL
Movimento Filhas de Leila- MFL
Secretaria Estadual de Mulheres do PT/PA
Secretaria Nacional de Mulheres do PT
Mulheres do PT/Ananindeua
Setorial Nacional Mulheres APS/PSOL
Coletivo Juntas
Articulação Brasileira de Lésbicas- ABL
Rede Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais Negras - CANDACES
Casa 8 de Março/TO
Comissão da Mulher Advogada da OAB - CMA/PA
Rede FULANAS - Negras da Amazônia Brasileira.
Instituto de Mulheres Negras do Mato Grosso- IMUNE/MT
Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência
Coletivo de Jovens Negras Nzinga/SP
Promotoras Legais Populares Yalodes/SP
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia- MAMA
União Brasileira de Mulheres- UBM/Pará
Movimento de Mulheres do Tapanã- MMT
Casa da Mulher Catarina
Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos -RedeSaude
Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe
Grupo Afirmativo de mulheres independentes. GAMI
União de Mulheres de SP
Rede Panapanã de Mulheres do Noroeste Paulista
Promotoras Legais Populares de SP
Liga Brasileira de Lésbicas - LBL
Movimento de Mulheres Camponesas - MMC
Movimento de Mulheres Camponesas do Amazonas - MMC/AM
Fórum Popular de Mulheres - RO
Articulação de Mulheres do Amapá- AMA
Coletivo de Autocuidado e Cuidado entre Defensoras dos Direitos Humanos
Comissão de Mulheres do Sindicato dos Jornalistas do Pará- SINJOR/PA
Federação Estadual dos Povos Indígenas do Pará - FEEPIPA
Associação de Povos Estudantes Indígenas da Universidade Federal do Pará- APYEUFPA
Liga Acadêmica de Saúde Indigena do Estado do Pará- LASIPA
Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG - NEPEM
Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, Gênero, Feminismos e Interseccionalidade - GEPEGEFI
Grupo de Mulheres Felipa de Souza
Fórum da Amazônia Oriental - FAOR
Vivi Reis- Deputada Federal PSOL/PA
Federação dos trabalhadores rurais agricultores/as familiares do Estado do Pará - FETAGRI-PA
Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo/CDHEP.
Núcleo de Educação Popular Paulo Freire
Cátedra Paulo Freire da Amazônia
Rede de Pesquisa sobre Pedagogias Decoloniais na Amazônia
Central de Movimentos Populares - CMP/ RO
Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Pará - Sinduepa
Instituto Amazônia Solidária- IAMAS
Conselho de Educação Popular da América Latina e do Caribe - Coletivo Brasil
Escola Nacional de Formação da CONTAG - ENFOC
Instituto de Direitos Humanos Econômicos e Sociais - IDHES
Instituto Kairós - Instituto Luiz Sérgio Gomes da Silva
Movimento Ocupar a República
Instituto Popular Eduardo Lauande - IPEL
Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém - FAMCOS.
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará - CEDENPA
Central Única dos Trabalhadores- CUT/PA
Instituto Universidade Popular- UNIPOP
Secretaria da Regional Norte II do ANDES SN
Levante Popular da Juventude - LPJ
Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB
Levante Tupinambá Maery
Instituto Idade Midia
Unidade Classista
Frente Nacional Indígena - PCB
Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos - MTD
Movimento da Luta Antimanicomial/Pará Núcleo Renila
Partida/MG
Marcio Leno Maues - Medico sanitarista- Comitê Norte em defesa da vida, em defesa do SUS e da vacinação pública Já
Conselho Regional de Psicologia do Pará e Amapá - CRP10
Conselho Regional de Serviço Social 1° Região/PA
ADUFPA
Curso Popular TF Livre
Movimento de Educação Popular - Emancipa
Rede IntegraSul
Movimento Brasileiro de Redução de Danos - MBRD
Grupo de Estudo e Ação Política ZO'E
Movimento de Saúde dos Povos - MSP
Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde - ANEPS/PA
Grupo de Defesa da Amazônia- GDA
GT Ancestralidade- ABA - Agroecologia
Coletiva Caianas
Movimento Sem Terra - MST
Instituto Transformar
Rede de Educação Cidadã - RECID/PA
Consulta Popular
Setorial Nacional Ecossocialista APS/PSOL
Fórum Popular da Natureza
Fundação VIVER Produzir e Preservar - FVPP
Fernando Carneiro - vereador líder do PSOL/Belém
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé - RO
Coordenadoria da Mulher de Belém- COMBEL
SINTEPP
Comunema - Altamira
Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais, Educação e Cidadania na Amazônia - GMSECA/UEPA
Comitê Mineiro de Apoio às causas Indígenas
Campo de luta PAJEÚ
Instituto Madeira Vivo-IMV
Coletivo Indígena Mura de Porto Velho
Comitê Binacional Defensor da Vida Amazônica na bacia do Rio Madeira
Núcleo do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental de Rondônia
União da Juventude Comunista - UJC/PA
Comitê Dorothy Vive
Movimento Pela Soberania Popular na Mineração - MAM
Rede de Comunicadores e Comunicadoras Populares por Direitos Humanos no Pará
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Coletivo de Mulheres do Xingu
Centro de Formação do Negro e da Negra, Transamazônica e Xingu.
Irmãs de Notre Dame de Namur
Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia - ADUNEB
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